OCDE
(ORGANIZAÇÃO PARA A COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO)
Em uma pesquisa realizada pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), dentre 45 países, o Brasil desponta como uma das nações mais hostis para professores de escolas públicas. Além disso, em outra pesquisa realizada pela Organização, o Brasil aparece na liderança de um ranking de violência nas escolas. Há muito de se considerar que, muitas vezes, os alunos e alunas, trazem na bagagem, uma série de problemas com as quais o professor tem de lidar: desestruturação familiar, fome, falta de perspectiva e violência. O estudo chamado Talis (Teaching and Learning International Survey), foi baseado em um questionário internacional de larga escala, que focava as condições de trabalho dos professores e da aprendizagem nas escolas, com o objetivo de formular políticas públicas a respeito do tema. Ao todo, foram entrevistados mais de 100 mil professores e diretores de escolas do segundo ciclo do ensino fundamental e do ensino médio em 34 países. A pesquisa revelou que 12,5% dos professores entrevistados no Brasil, disseram serem vítimas de agressões verbais ou de intimidação de alunos pelo menos uma vez por semana.
TRISTE REALIDADE
A seguir, alguns de muitos casos ocorridos contra os professores. Obviamente não fui testemunha de nenhuma dessas ocorrências, não estava lá para ver o que aconteceu e em quais circunstâncias, mas independente das circunstâncias, o desfecho não poderia chegar ao ponto que veremos a seguir:
Vítima: Maria de Fátima, 37 anos
Profissão: Professora de Sociologia e Filosofia
Data da agressão: 25 de março de 2013
Local: E.Estadual Zilton Bicudo – Franco da Rocha/SP
Histórico: após alunos terem quebrado o quadro de luz e desligado a energia causando um apagão na escola, houve tumúlto e confusão dentro da sala de aula, momento em que a professora Maria de Fátima foi atingida por um cesto de lixo no rosto.
Vítima: Carla Valéria, 41 anos
Profissão: Professora Diretora de Escola
Data da agressão: 02 de julho de 2015
Local: E.E. Senador Lourival Fontes – Aracajú/SE
Histórico: no dia 01/07/2015, dia anterior à agressão, alunos colocaram uma bomba em um mictório no banheiro masculino da escola, o que o danificou completamente. Após apuração, foram descobertos os responsáveis pelo vandalismo e a diretora decidiu suspendê-los por alguns dias, ao saber da decisão, um dos alunos de 16 anos agrediu a diretora utilizando-se de uma caneta, além de desferir vários socos.
Vítima: Carlos Aparecido, 55 anos
Profissão: Professor de Matemática
Data da agressão: 14 de agosto de 2015
Local: E.M.E.I. Dr. Clóvis Guimarães Spinola – Pitangueiras/SP
Histórico: o professor foi agredido com uma enxadada na cabeça por ter repreendido e expulsado da sala de aula, um aluno de 14 anos que estava atrapalhando a aula.
Vítima: Luciana Fernandes, 23 anos
Profissão: Professora de Biologia
Data da agressão: 15 de agosto de 2015
Local: E.M. Padre Afonso Kist – Parobé/RS
Histórico: durante uma festa na escola, a professora que era responsável pela “Cadeia” (brincadeira típica de Festa Junina), pediu para que a aluna aguardasse o troco de sua fiança (ela estava presa), a mesma impaciente tentou agredir a professora, que incomodada com a situação, foi até a sala dos professores falar com a diretora da escola, quando no meio do caminho foi surpreendida pela aluna e suas duas irmas maiores de idade, sendo foi agredida com tapas, socos e chutes.
Vítima: Francisco Ferreira, 47 anos
Profissão: Professor de Magistério
Data da agressão: 18 de abril de 2016
Local: E.M. Risa Belfort Pires Alves – Cantanhede/MA
Histórico: após pedir que um aluno de 15 anos se retirasse da sala de aula por estar atrapalhando a aula, o professor foi covardemente agredido com um forte soco no rosto.
Vítima: Márcia Friggi, 51 anos
Profissão: Professora de Língua Portuguesa
Data da agressão: 21 de agosto de 2017
Local: U.E.J.A. – Indaial/SC
Histórico: durante a aula, a professora pediu para que o aluno colocasse o livro sobre a mesa e não em cima das pernas, o mesmo respondeu de forma grosseira para a professora e mandou ela ir “se foder”. O aluno foi encaminhado para a sala da diretoria da escola, local onde aconteceram os tapas e socos.
Vítima: Luciana Xavier, 42 anos
Profissao: Professora de Ensino Infantil
Data da agressão: 14 de março de 2018
Local: Salão Nobre da Câmara Municipal - São Paulo/SP
Histórico: teve seu nariz quebrado após ser atingida por cassetete de um GCM em protesto de servidores contra a mudança na previdência municipal, fato ocorreu no salão nobre da Câmara Municipal de São Paulo, SP. A professora teve que passar por cirurgia.
Vítima: Thiago dos Santos, 31 anos
Profissão: Professor de Língua Portuguesa
Data da agressão: 18 de setembro de 2018
Local: C.I.E.P.M. Mestre Marçal - Rio das Ostras/RJ
Histórico: neste caso, o professor era vítima de racismo, constantes ameaças, agressões verbais e de insultos, além de ser alvo de objetos atirados pelos alunos.
Estes foram apenas alguns casos de violência sofrida por nossos queridos professores, apenas alguns, pois muitos e muitos outros aconteceram e irão acontecer, infelizmente! Minha total solidariedade a todos estes citados na matéria, em especial ao professor Thiago Santos, que sinceramente me entristeci muito após ver uma matéria em vídeo com um depoimento dele, a seguir: